TEU FILHO

Não é o intruso que adentra o lar, mas o convidado que trouxeste à experiência da vida.

Não é o estranho que te traz incômodos e desconforto, mas o ente querido de outras eras ou o companheiro do passado com quem contraíste dívidas que retorna em busca de progresso.

Não é o ser equivocado a cruzar-te acidentalmente o caminho, mas a providencial presença que em prantos pediste para compor o teu grupo familiar.

Não será o algoz de teus dias por mera ironia, mas por certo expressará os impulsos da justiça divina manifestos na interdependência das vidas.

Não servirá a ti por simples fatalismo ou por obrigação social, mas traduzirá o bem que te deve na relembrança atávica de outras vidas solidárias.

Ao reconhecer a teu lado a figura frágil e dependente de um filho, lembra-te, ele é teu conviva e não o decepciones seja qual for a tua vida.

Quando observares a teu lado o filho agressivo, intolerante e ingrato, não recuses a ele o amor, o apoio e a tolerância, qualquer que seja teu sentimento vivencial.

Lembra-te: teu filho é o convidado para a belíssima festa da vida. Dê-lhe sempre a prova de que, ao trazê-lo para a existência terrena, crias que valia a pena: não o decepciones. Viva feliz e estimule nele a alegria de viver. Para que se cumpra tua missão de responsável pelo destino de teu divino conviva: teu filho!