quarta-feira, 10 de novembro de 2010

CONQUISTAS



Nada inspira mais a alma humana que o aceno de posses e conquistas. Move às íntimas forças do ser a vontade imperiosa de ganhar algo mais, novos tesouros, quaisquer que sejam seus títulos ou intrínsecos valores.

Ganha a mente, na escala progressiva do seu amadurecimento, uma única fórmula de ponderação, classificando eventos e matérias, idéias e pessoas, como acréscimos preciosos ao patrimônio de que se julga dono único e indiscutível.

Quando o coração vibra com mais força, na plenitude da vida e dos desejos, ainda é senhoril e insanamente que busca apropriar-se de seres e sentimentos, no debulhar de ilusões e prazeres.

Segue assim, num só apelo, busca de satisfações de posse, a alma humana impensada e irrefletida, até que um dia se lhe desperte a luz íntima que admoesta existir muito mais, bem mais além de vãs quimeras, o bem maior cuja verdadeira posse deve ser élan de toda a humanidade.

Sacudida por sublime revelação, acorda o pensamento em Deus, vibra o coração no amor, desperta a individualidade eterna e divina. E, além, nas brumas do passado equívoco e tortuoso, agita-se a esperança na forma salvadora do ideal em Deus e no amor universal.

Só então, num definitivo anseio e em justa trilha, joga o homem todas as quimeras e as conquistas, em troca do bem maior, a única jóia, o valor eterno que inspira o que eleva: a Grande Paz.

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