DOIS VALORES

Ninguém há de negar que a não militância no mal já é motivo de reconhecer-se dignidade e sabedoria de quem assim age. Se todos isto fizessem já imensa seria a transformação da terra.

Mas, ao que já foge do mal e recusa-se a compartilhar com a indignidade e o desequilíbrio, é bom lembrarmos a produção do Bem sob todas as formas.

E se é precioso agir-se efetivamente na seara da Bondade e do Amor, mais sábio será distinguir dois valores que se contrapõem no caminho, escolhendo-se a justa alternativa, pois somente esta gera dividendos nos céus.

Assim lembremos aos bondosos seareiros que se equivocam no caminho as mais freqüentes ilusões.

A caridade condicionada, que exige a moeda material em troca, não é Caridade, é negócio.

A ajuda fraterna interessada, que antecipa vantagens pessoais na permuta de influências e benefícios, não é Fraternidade, é egoísmo.

O ato de esclarecimento que se move no orgulho, infla o Ego e assume graus de superioridade, não é ato de Amor, mas mera vaidade.

A tolerância indiferente, que vê com desprezo o irmão presente, não é ato de Magnanimidade, mas simples conveniência.

A adoração a Deus sob motivos de temor e interesse, preocupada apenas em safar-se da justiça divina ou obter lucros, não é Elevação, mas satisfação de anseios transitórios.

A pureza externa e a bondade de fachada, para uso da convivência social enganadora, não são testemunhos de Purificação, mas repetem os sepulcros caiados anatematizados por Cristo.

Se somos já infensos ao mal, busquemos atingir a Bondade pura e integral, reconhecendo que só há Caridade, Fraternidade, Amor, Magnanimidade, Elevação e Pureza, quando traduzirmos em atos autênticos de bondade os impulsos incondicionais, desinteressados e divinos de nosso Espírito superior.

SALVEMOS O MUNDO

Gritos na noite da grande cidade, violência nas metrópoles imponentes do mundo, compõem um quadro vivo e doloroso de crise moral e ausência de amor.

Existências isoladas, seres que se protegem da humana convivência, olhares de temor e duvida atestam a delicada realidade desta época.

Desagregação familiar, conflitos entre conjugues, ódio entre irmãos, revelam período anormal de nossa existência.

Lutas fratricidas entre grupos de diferentes raças, credos religiosos ou crenças políticas, verdadeiras guerras de extermínio, chamam a atenção para a gravidade do momento.

Vida perturbada pela mudança negativa das condições ambientais, poluição ascendente e em índices alarmantes, vandalismo contra tudo que a natureza providencialmente dispôs, indicam o lamentável caminho de suicídio coletivo.

Abandono criminoso de crianças, jovens e anciãos, lançados cada qual a vivência discriminada e esquecida, compõem um sério quadro de fuga aos nobres princípios do Amor.

Situados em sucessivas explosões de desequilíbrio e desajustes, estamos nós, hoje, mais do que nunca, convocados para a cruzada decisiva de reequilíbrio e reconstrução sob o lema sugestivo da solidariedade: Salvemos o Mundo!

ROSAS

Aquele que aprender na vida, a justa missão, identificará no belo e no puro a expressão maior da criação, sentindo a transcendência da beleza que se integra na jóia viva, deslumbrante e terna, em forma delicada de uma rosa.

Na vida, emoldurando o cotidiano, complemento essencial da natureza, as flores têm função digna como exemplos de fragilidade e força, pureza e atração para produzir o bem.

Na vida, semelhantemente, a alma humana deve buscar transcender aos próprios espinhos, emoldurando-se em bondade e amor, oferecendo perfume e beleza, a serviço de Deus e do Bem.

SABER AMAR

Não queiras ser o ditador de vidas para os que ti associam pelos laços de amor.

Entendas o livre-arbítrio de cada um, o discernimento pessoal dos entes amados, a capacidade de escolher e decidir, a importância da experiência em cada vida.

Não temas pela liberdade de ação dos que te acompanham no lar, pois, a mesma foi dádiva divina que não podemos alienar.

Vejas que na manifestação do teu amor, nos exemplos construtivos que dás por palavras e ação, nas vibrações carinhosas de apoio, estão o alimento ideal para o equilíbrio que servirá de proteção e escudo aos que tu amas.

Não menosprezes a capacidade do entendimento dos seres mais caros, mesmo quando pretendas ser o luzeiro

Remeta-os primeiro às fontes da Divina Revelação, desperte o sentimento de filiação divina, a consciência da paz e do equilíbrio, e confia nos resultados providenciais de cada vida.

Não culpes a ninguém, sempre que ocorra acidentes e perdas, com prejuízos aos entes amados.

Sempre há o pulso da justiça nos eventos mais incompreensíveis a tua mente física, e nunca é estéril o acontecimento triste e lutuoso na escala do tempo espiritual.

Tens o infinito tesouro do amor, e és rico pela capacidade de dar a outrem o teu amor infinito. Mas, não esqueças, para tua felicidade e dos a que amas, que ninguém é dono de nada nesta terra e o ato de dar é apenas o reflexo menor Daquele que nos Ama e que nos dá a liberdade de viver.

SINAL DE LUZ

Somos filhos da Luz Divina em veículos opacos de matéria sensível.

Somos a Consciência Luminosa que se revela no gesto e na palavra dignos e felizes.

Refletimos a Grande Luz que vivifica o Universo em potência indefinível.

Transmitimos a força da Luz Purificadora que assegura a vida no orbe terráqueo.

Manifestamos o Pensamento Irradiante na criação do sublime.

Absorvemos a Luz do Grande Sol na maravilha da dinâmica celular.

Subimos às alturas da excelsitude na sintonia das vibrações luminosas das estrelas.

Somos eternos companheiros das energias divinas que determinam os fluxos existenciais na terra.

Onde estivermos, quaisquer que sejam os nossos sentidos, indiferente de nossa crença ou gosto, somos Sinal de Luz em universo luminoso que promete as satisfações inefáveis da harmonia absoluta.

Somos seres luminosos – ocultados temporariamente nos disfarces carnais, dos corpos preciosos que nos servem, instrumentos divinos, para a conquista do brilho maior e da potência celestial.

PRESCRIÇÕES ÚTEIS

Buscamos orientação, tantas vezes, até mesmo em desespero, ao primeiro que apareça, como se fossemos incapazes de encontrar em nosso íntimo as respostas mais ponderadas e sábias.

Pretendemos encontrar o guia externo, o tutor de nossas vidas, a generosidade de quem se proponha receber nossas angústias e ansiedades. E esquecemos que somos filhos diletos de Deus que nunca nos desampara.

Nos momentos de desespero devemos parar, refletir e concentrarmos no Pai Eterno.

Serenar a alma, restabelecer a harmonia interior, para que a voz interna traga-nos a orientação precisa.

Fortalecer o ânimo, lembrar que a vida trás alternadamente duros testes e períodos de refazimento, podendo ser este momento o prenúncio de um amanhã feliz.

Agradecer a Deus tudo que já recebemos, relembrando todos os momentos felizes já vividos, para que a esperança renasça fortalecida.

Ponderar as razões prováveis de nossos infortúnios, suportáveis por certo face as provações em graus maiores que sempre existirão nesta vida.

Ocupar-nos com os outros, doar nosso interesse, esforço e tempo a quem precise, fórmula eficaz de olvidar o próprio sofrimento.

Gerar em nós mesmos a dinâmica do amor, expandindo nossa energia em favor dos outros, beneficiando a recomposição da própria alma.

Se aprendermos a trabalhar em silêncio, em nosso templo interior, na edificação da ponte espiritual com o Eterno, teremos enfim encontrado a grande paz e nos libertado da carência de ajuda externa, em benefício de maior capacidade de servir ao que nos segue.

ALMAS SOLIDÁRIAS

A vida é a grande oportunidade concedida pelo Creador para que nossos Espíritos evoluam em linha crescente de ascensão.

Qualquer que seja o plano vivencial nós somos aptos à produzir o amor que alimentará o nosso próprio crescimento e beneficiará aos demais companheiros de jornada.

Se formos capazes de buscar a reflexão do porquê vivencial, descobriremos que a vida não é um fenômeno isolável dos que nos cercam.

Vivemos sempre ligados ao pequeno grupo de convivência, à sociedade nacional que nos acolheu, aos cidadãos deste planeta Terra, como evidência de que muito devemos cultuar a fraternidade e compreensão com os próximos.

A grande família humana é nosso campo de estudo e deve ser cordialmente acolhida em nosso padrão vibratório.

Estendamos, pois, a nossa mão ao mais carente, que segue ao nosso lado, entendendo que só há um caminho de evolução: a solidariedade e amor universais.

COLHEITA DE BONDADE

Eis a tarefa urgente que compete a todo cristão: semear o bem e colher bondade.

À todo momento há o apelo de ajuda, tolerância, amor e orientação.

Em todo lugar há campo fértil a espera da intervenção germinativa que cabe ao semeador.

Em cada grupo os mesmos espíritos sequiosos de resposta fraterna e água viva da divina revelação.

Nos diversos campos de atividade o mesmo torvelinho de sentimentos predispondo os seres ao despertar espiritual.

Em todas as circunstâncias a mão divina conduzindo seus filhos para as experimentações existenciais necessárias.

Agora e sempre, em torno e dentro de nós, o momento certo e o objetivo digno de nossa ação criadora para o mais Alto.

Amor e bondade são essenciais à vida e cada um pode e deve dar o passo decisivo para ser um novo agente de Deus na produção e colheita do bem.

TEU CAMINHO

Tens ante teus olhos o caminho fascinante da vida eterna. Percebes, na encruzilhada vivencial do momento, que longa é a estrada e intensa a essência prometida.

Diante de ti jaz o horizonte – que se afasta pouco a pouco, muda de cores e luzes, oculta na distância suas revelações definitivas, impede-te de dominar o sentido real do amanhã.

Se olhas para trás, verificas que longa foi a caminhada, não importa tua idade presente, nem tem valia o que és e o que fizeste. O caminho percorrido está em névoa, diluído em lembranças que se esvaem.

Mas por certo tu o resumirás em lutas e esperanças, conquistas e derrotas, ascensões e quedas, alegria e tristeza, risos e lágrimas, ódio e amor.

O que se foi perdeu definitivamente o valor – e vives este momento, no caminho do amadurecimento do Espírito, dono de maior tirocínio, fortalecido pela experiência das adversidades e desperto na consciência de tua vontade soberana.

És, portanto, o momento e misturas o Eu com o Agora, mergulhas no contexto de Hoje e proclamas feliz teu potencial de sabedoria ante o mundo e a vida.

Tens já o poder da harmonia, a habilidade de gerar paz, o dom de amar e a franqueza de identificar-te como filho do Creador, parcela menor da família universal.

Olhas então, novamente, para o horizonte da Vida – e adivinhas o manancial futuro de experiências felizes e tristes, mas, todas ricas de proveito, e tranqüilo, sem temores, proclamas de coração sereno: - Vem!

MALES EVITÁVEIS

O mundo assiste a crescentes problemas gerados por vícios sociais, aqueles que mesmo indiscutivelmente nocivos são, contudo, fomentados pelo hábito e por expressivos interesses econômicos.

Difícil dizer-se qual mais sério desses cancros que minando o equilíbrio e a vitalidade dos homens, desviando- do bem e da sobriedade, trazem-lhe distúrbios psíquicos de base moral e material, e roubam seus bens financeiros. Problemas que dos meros casos individualizados, ampliam-se aos grupos sociais e atingem as comunidades nacionais como um todo.

Salta aos nossos olhos, no entanto, o predomínio do álcool como o destruidor de personalidades sãs, o inimigo sorrateiro que penetra na vontade frágil como simples fonte de alegria e revela-se mais tarde vil algoz gerador de funestos desígnios.

Há a solerte propaganda do vício, vestida de imagens sugestivas e apelos fortes com toda a técnica hábil dos grandes publicitários e o melhor requinte dos recursos modernos dos veículos de divulgação.

Há a facilidade ampla, o custo acessível a cada bolsa, a casa acolhedora do vício, em cada esquina e para todos os níveis.

Há toda a cadeia de concessões – de geração a geração, não refletida e ignorando a imensa legião de derrotados do álcool que chegaram às doenças irreversíveis, ao crime, à demência e à morte.

Deveríamos repetir, agora e sempre, que o álcool é o instrumento do mal que chega como inofensivo apelo à estimulação dos sentidos e da alegria e, em troca, deixa a amarga realidade de quedas morais e embotamento da personalidade, a par das chagas físicas e do imenso rol de sofrimentos que acarreta como destruidor de sonhos de paz, harmonia e felicidade.

SERVINDO A JESUS

Há jardins floridos e belos onde habitam o perfume e a paz, nas paragens benéficas do Além.

Há harmonias divinas em sons musicais difundidos nas ondas vibratórias de campos tranqüilos da espiritualidade.

Há vibrações de paz fortalecendo todos os Espíritos irmanados em luminosos agrupamentos do plano etéreo.

Tudo constitui apelo de ascensão às consciências despertas em Deus e novamente colocadas face a face com o Mundo eterno.

Respira-se paz e harmonia porque todos alimentam a mesma fé e buscam o mesmo sentido.

Alegres são os corações integrados, em nome do Criador, na família universal dos mansos e pacíficos.

Inspiram-se as comunidades de benfeitores na incondicional lição do serviço fraterno.

São regiões celestes da felicidade nos planos do Senhor, onde estacionam Espíritos para conclusão de suas tarefas libertadoras.

Canta todo o conjunto a necessidade de ter-se no íntimo a chama da eterna fé.

Há, destarte, no Além, a felicidade espiritual ao nosso alcance, se guiarmo-nos pelo Mestre Divino nos eventos da existência corpórea.

Uma visão clara à nossa frente, a exigir decisão e trabalho, pois está ao alcance daqueles que em Deus edificarem o bem.

São muitas as alegrias espirituais dessas paragens tranqüilas do Além... Conquistemo-las, decididos, servindo a Jesus!

ALMA E CORAÇÃO

Imprópria e débil é a linguagem dos homens para explicar o surpreendente mistério da vida e a delicadamente bela significação do ser.

Impotente a inteligência humana para pretender traduzir o enigma do universo e dizer as leis de interligação dos mundos.

Vacilante e dúbia a sabedoria dos mestres quando falam dos homens como nascidos do nada e errantes caminhantes para um amanhã sem luz.

Absolutamente nulos os sentimentos humanos quando inspirados na teoria da matéria sem Deus e na missão utópica de realizar seu próprio progresso sem um amanhã.

Sábia e verdadeira, iluminada e bela, a consciência que afirma – sem pedir o testemunho frio dos laboratórios e das ciências – que o homem existe em Deus com a fulguração superior e intraduzível da alma e do coração.

PAZ

Que visa a existência do homem, expressa em potenciais incompreendidos, senão a construção da harmonia e do belo?

Que objetiva a criatura, divinamente dotada, expressão de beleza e talento, além de edificar o monumento de paz e harmonia?

Que anseia o coração do homem, que vibra em querer eternamente, fora do cumprimento da lei maior da fraternidade?

Que pensa a nossa mente, deslumbrante fenômeno de perfeição, nas vibrações mentais de força e criatividade, senão contribuir para o mundo de compreensão e entendimento?

Que buscam as energias dinamizadoras do corpo, que movem os braços e nossas pernas na trajetória cotidiana, a não ser levar-nos ao destino feliz?

A todo momento, em toda parte, eternamente idênticos são os apelos superiores que fluem ao coração do homem: a edificação única e exclusiva da Paz – a seara de Deus magnânimo e supremo.

Simples expressões da Superior Inteligência – no momento decisivo da reflexão e escolha – saibamos sempre a que se destina nossa vida. E respondamos resolutos, agindo, pensando, defendendo, construindo e proclamando: Paz!

A CADA UM...

Jesus nos disse: A cada um conforme suas obras. E ditou: a quem mais for dado, mais será pedido.

Evidente é a sabedoria da lição – que especifica um ângulo essencial de justiça divina.

Ninguém recebe o que não lhe é próprio ou adequado. E concedido é apenas o que se lhe aproveita.

As oportunidades e os dons chegam sempre a quem se dispõe recebê-las, mesmo que, em curto prazo ou de imediato, sucumba ao erro de recusa.

Somente é dado o que serve a alguém, no patamar de sua evolução, tenha significado próprio à luz de seu entendimento.

Assim é que, a Luz e a Sabedoria – fontes eternas da Espiritualidade, sempre chegam ao carente já desperto para seu amanhã.

No tráfico de lições edificadoras e das palavras de Verdade há sempre – de fundamento vivo – o substrato da adaptação e coerência entre doador e beneficiário.

Não deveis jogar pérolas aos porcos – disse Jesus, em mais uma evidência de que há de se ter justeza e parcimônia na administração de dádivas de conhecimento.

O essencial permanece no saber dosar a ajuda, compreendendo com amor o que espera de nós o irmão, naquele estágio e momento de vida.

A ajuda – como busca efetiva de resultados – ganha sua dimensão maior, na moldura do equilíbrio e adequação da oferta e recebimento; dádiva e retenção; plantio e colheita. Pois, como ditava o Mestre, a cada um conforme suas obras...

ORAÇÃO AO BEM

Senhor, seja a nossa vida iluminada pela inspiração do bem que emana de Vós.

Deixai que a pureza de Vosso coração impregne nosso ser e que nossa mente desperte para o chamamento do Alto e para a inspiração do serviço cristão.

Oh, Deus, Senhor Supremo de todo o universo, compreendei nossas fraquezas e dai ao nosso espírito a energia que lhe falta para superar as investidas do mal.

Assim como a nuvem errante que precisa de orientação para chegar ao destino previsto, nossa alma, Senhor, espera a iluminação dos bons espíritos para chegar a um abrigo de paz e purificação.

Que vossa infinita misericórdia não nos desampare e a todos os irmãos que padecem na terra, as dores da carne e as torturas do espírito, seja concedido o bálsamo curador de Vossa bondade incontida.

Oh, Senhor, nossas almas se curvam ante Vós, implorando perdão de todas as faltas e invocando suas bênçãos divinas.

Acendei, Senhor, em nosso coração a chama do amor e da caridade, e despertai em nossa consciência a luz que conduz ao dever cristão.

Graças, Senhor, por ouvires nossa prece que emana da alma despojada de todas as impurezas e perdoai aos nossos irmãos que permanecem em trevas.

Assim seja.

NA PAZ DO SENHOR

As dúvidas humanas sobre a eternidade surgem no amadurecimento intelectual e prosseguem até o final da existência. Elas persistem por toda uma experiência vivencial.

Duvidar é próprio do homem, espírito que retorna às provações ou que inicia sua caminhada, porque sua visão não alcança os desígnios de Deus.

Somente aqueles que se elevam do nível convencional da humanidade, ascendendo ao plano da indagação e busca em termos espirituais, atingem o diálogo esclarecedor sobre a vida eterna.

A ascensão é premio que Deus concede a todo que procura; a ascensão depende da força impulsionadora do coração e da mente, e a ninguém é vedada.

Assim, os que caminham em dúvidas, podem encontrar à sua frente a resposta esclarecedora. Essa resposta que os colocará em sintonia direta com a vibração divina, que conduz à perene paz no Senhor.




 

ORDEM NATURAL

A vida obedece, nas suas fases marcantes e bem definidas, ao rigoroso critério da evolução e clara obediência a uma ordem natural.

Nascer ou renascer é ocasião de beleza grave e alegria solene. É ponto de partida de jornada gloriosa em busca do Senhor.

Infância – fase de despertar do corpo e do espírito, preparação para as grandes afirmações da alma e do coração.

Adolescência – descoberta do mundo, revelação de vida, experimentação de equilíbrio nas várias nuanças que dependem do livre arbítrio.

Maturidade – fase de julgamento, idade de reflexão, momento de pausa e revisão.

Ancianidade – reencontro com o silêncio e a tranqüilidade, proximidade de transição do mundo terreno às regiões do espírito.

Essa trajetória – breve e efêmera em termos de eternidade – que a vida segue, segundo a ordem natural das leis da evolução, oferecendo ao espírito a escada ascensional e continuada ao plano da perfeição.

FRATERNIDADE

A humanidade não se volta com dedicação maior à forma mais viva e expressiva de amor – a que une todos os seres sob a ordem integradora da fraternidade.

O amor fraterno é a purificação da alma, superando todas as imperfeições.

Não mais o homem vê no próximo, o estranho ou o adversário, o indiferente ou o inimigo.

A inspiração fraterna é amor que une e purifica, que faz ver no estranho um irmão, no adversário um companheiro desorientado, no inimigo o semelhante que busca ajuda e perdão.

É desígnio de Deus a fraternização universal e que todas as almas possam um dia, unir-se, num só e único corpo, identificados pelo coração e pelo pensamento, para a glória eterna da redenção universal.

CONSCIÊNCIA

Os seres que habitam a terra distribuem-se em escala ampla de estágios evolutivos. É fácil compreender que na Criação exista uma linha infinita de degraus a que se cumpre no processo irreversível da evolução.

Percebe o homem seu estágio, em confronto com seres irmãos que avançam no campo evolutivo, e quanto já lhe concedeu o Criador tornando-o dono do seu destino e partícipe da história humana.

Longe do determinismo estreito, cabe-lhe, na graça divina do livre-arbítrio, tomar as decisões vitais que em cadeia, da individualidade ao grupo social, deste às famílias de nações e à humanidade inteira, resultarão no quadro futuro que por seqüência a todos abarca.

A força mental do homem, a capacidade de querer e decidir, o poder de ver e discernir na vida, desvelam o real sentido da capacidade da espécie na grandiosa epopéia da evolução pelos caminhos da construção terrena e da ascensão espiritual.

Acontece, paralelamente a essa conquista que a comunidade humana já mereceu perante as leis divinas, a freqüente incapacidade de legiões de homens na utilização da consciência como instrumento de percepção do mundo material objetivo e disto tirar as sábias conclusões que lhe assegurariam o progresso.

A evolução humana depende, bem o sabemos, da capacidade de amar e doar-se nos termos de sentimento. Mas essa capacidade dependerá, inapelavelmente, do potencial de percepção consciente da vida na sua variada conformação, porque, é percebendo a realidade em suas nuanças morais e identificando conscientemente as manifestações do bem e do mal que se concretiza o despertar do Espírito em Deus.

Contribuir para o amadurecimento mental, na formação de consciência crítica sobre o sentido da vida, é, afinal, ajudar no preparo das almas irmãs para a tarefa da redenção.

SERVINDO SEMPRE

Se quisermos conquistar o prêmio da paz e da alegria pura, a fórmula é simples e universalmente consagrada: servir sempre.

Através dos séculos, da Espiritualidade Superior, em nome do Creador Excelso, têm vindo os grandes reveladores, em épocas diversas e em terras distintas, para transmitir essa mesma verdade essencial.

Servir é a chave da felicidade, nem sempre entendida pelos escravos do egoísmo e fantoches da ambição.

Pretendendo obter os céus através das conquistas materiais, da riqueza e do prestígio, lançam-se aqueles ao cego e estreito anseio de ganhar para si e negar aos noutros.

Acumulam bens e entesouram ouro, na ilusão argentária como trampolim para a realização pessoal, mas, quase sempre colhem desenganos e certamente findam vazios e arrependidos.

A lição espiritual, em prosa e verso, na exemplificação e na palavra, nos caminhos da história, tem sido repetida por todos os mensageiros da Divina Verdade.

É a lição da simplicidade, da pureza, do despojamento e do incondicional. Leva à vivência franca da fraternidade criativa e dinâmica, que não se omite ante o sofrimento, a injustiça e o apelo angustiado.

Nos arquivos da Espiritualidade há a comprovação dos arrependimentos tardios, daqueles que tentaram ser ou foram poderosos, sem amor, contrastando com os simples que, servindo sempre, passaram anônimos e tranqüilos até a felicidade eterna.

CAMINHOS

A vida é feita de muitos caminhos que se apresentam, aqui e ali, como alternativas a exigir decisão inteligente e força de vontade.

Quem decide corre naturalmente o risco do engano, quando entre caminhos opostos prefere a saída fácil e sugestiva de compensações gratuitas.

Embora para a decisão muitos se apeguem às vantagens em confronto, na avaliação do melhor efêmero, é de se supor que tal escolha rejeite as conquistas mais sólidas de futuro para fixar-se no atrativo do presente.

Outros, em graves equívocos, não ponderam as alternativas e lançam-se ao fascínio da opção atrativa e vazia que não resistiria ao crivo da razão.

Caminhos diversos existirão sempre na vida de cada um e são eles os verdadeiros testes ao potencial de progresso, ao discernimento e à força interior dos homens.

A experiência vivida, no entanto, vai mostrando que não se deve trocar o caminho áspero que leva a resultados sólidos para persistir na vantagem enganosa do lazer, prazeres e futilidades.

Devemos refletir sobre a questão, luminosamente exposta por Jesus na parábola da estrada estreita e o caminho largo, e examinar as lições vivas dos que cruzam conosco e nossas próprias vivências.

CONFIANÇA EM DEUS

Somos filhos de um poderoso Pai e nele devemos depositar nossa confiança.

Somos herdeiros divinos do Amor e da Justiça, instrumentos em corpo físico dos desígnios excelsos de paz e harmonia.

Precisamos acordar para o fato irrefutável que constituímos uma grande família espiritual, habitantes de um amplo lar terreno, e cumprimos papéis providenciais ao nosso enriquecimento íntimo e ao dever de permuta e ajuda.

Se colocarmo-nos no plano transcendental de seres divinos, perseguindo caminhos de progresso espiritual, seremos capazes de sairmos da dependência aos bens materiais para os inestimáveis valores do espírito.

Transmudando-se da ação monótona e invariável do pensamento horizontal – do império mundano e transitório, para a linha ascendente e vertical do divino, conquistaremos a chave da sabedoria e da força infinitas.

A segurança, o equilíbrio, as realizações, a paz, o sucesso, a felicidade, o amor – tudo de maior valia, projeta-se na mutação de nossa consciência, dos sentidos materiais enganosos e restritos para a consciência interior e livre do Espírito.

Devemos insistir que preciso é acordar a humanidade para sua descendência divina, espiritual, e sua missão divinizada. Que se deve reconhecer – além das famílias pelo sangue – a família universal dos filhos de Deus. E que, por toda a vida, em todas as situações e conjunturas, há um Pai amorável a apoiar-nos e a fortalecer-nos no sentimento essencial: a confiança em Deus.

VIVER BEM

A questão primordial que preocupa o homem é viver bem. Todavia, as concepções generalizadas de viver bem é que são enganosas e estéreis, senão geradoras de grandes sofrimentos.

Imagina-se o homem apenas um ser material, ligado à dinâmica e valores do mundo físico e, por isso mesmo, apega-se a vãs convenções mundanas da vida confortável e vazia.

Busca com ânsia a superação de obstáculos para acumular a riqueza, o renome e o prestígio que lhe dará passe livre na convivência da sociedade mais abastarda.

Com o dinheiro ele constrói o seu mundo de confortos e facilidades, festejando a existência livre de problemas de ordem material.

Com o renome ele alimenta o ego para cumprir uma desatinada carreira de fria e calculada convivência com iguais.

Com o prestígio ele desenvolve a troca de influências, muitas vezes inconfessáveis, e objetivos escusos, calculando que nada importa senão o exercício do poder.

Tudo estruturado sob a base falsa e danosa do materialismo puro, mesmo que pretenda, para fins também convenientes, ter qualquer fé e consciência espiritual.

E conseqüência final, na clássica vivência do homem frio e ambicioso, cego e vicioso, está a triste perspectiva de uma conquista final inesperada: o sofrimento devido por incúria e improbidade, no retorno à vida espiritual.

PACIÊNCIA

Julgas que o tempo se esvai, celeremente, e tudo quanto desejas em tua vida afora, torna-se aparentemente impossível.

Reconheces que tuas necessidades e teus planos estão a exigir somas avultadas de dinheiro, e concluis não ser possível o apoio material.

Pensas nos teus anseios de progresso espiritual, mas, reconheces a ti mesmo em estado de iniqüidade e atraso moral.

Planejas ajudar ao próximo, dar teu apoio a parentes e amigos, mas avalias o vulto da tarefa e vês pequeno para o feito.

Projetas grandes realizações pessoais, a custa de labor incessante, e ponderas suas limitações físicas e mentais.

Imaginas o construtor da felicidade, mas apercebes o peso esmagador de sofrimentos e a ameaça de obstáculos.

Muitos são os fatos visíveis que somados dão a tua consciência o elevado custo para a concretização dos teus sonhos mais acalentados.

Mas antes de abater-se tua fibra pessoal e teu fervor espiritual, na ponderação de prós e contras, coloca-te na perspectiva sábia da paciência e sob a proteção do supremo poder divino – que dilui a pressão de sentimentos adversos e torna possível todas as conquistas.

RESPEITO...

Aos nossos antepassados, pelo legado de inteligência e exemplificação.

Aos nossos contemporâneos, pela odisséia de ajustamento a um novo mundo.

Aos nossos descendentes, pela oportunidade de servir e amar.

Aos nossos bons amigos, pela troca fraterna de sentimentos.

Aos nossos desafetos, pelo favor que fazem em nos despertar para auto-análise.

Aos irmãos na espiritualidade, pela participação em nossas perdas, realizações e vitórias.

A Deus Creador, pela dádiva de vivermos a fascinante realidade deste mundo.

JESUS ...

Eis o Cristo de novo a sorrir. Na cruz simbólica, inspira-nos o amor e o bem.

Amor e bondade.
Coração e sentimento.
Paz e harmonia.
Inspiração e ações.
Simplicidade e segurança.
Inteligência e sabedoria.
Fraternidade e progresso.

Cristo sorri de novo. E nos despertamos do longo sono da indiferença.

APRENDIZADO

Conflitos íntimos diante de atos nocivos e amorais – início de reflexão que conduzirá à evolução espiritual.

Graves remorsos por males cometidos no correr de febril existência – atestado de melhoramento pessoal no campo da sensibilidade.

Sofrimentos físicos advindos de doenças incômodas e danosas – corretivos oportunos à serviço de conveniente revisão de vida.

Angústias injustificadas, decorrentes de sentimentos egoísticos, inveja e cobiça – lembretes de sabedoria para reavaliação de valores.

Preocupações desmedidas com objetos materiais, medo de perdas financeiras – atestado de limitações íntimas que pedem superação.

Insegurança pessoal e temores diversificados – sinal de sérias disfunções da alma por falta de fé e lucidez.

Na apuração dos fatos negativos que perturbam nossa vida, em simples dedução, encontramos o diagnóstico preciso de nosso estágio espiritual. Analisando nossa vida encontraremos a justa solução de todos os problemas.

SOLIDARIEDADE

Somos personagens reais na fascinante experiência da vida física, e, por divina lei, convivemos com outros seres a quem nos ligamos por laços de dependência e solidariedade.

A confirmação da interdependência entre seres irmãos leva-nos a conceber o real sentido da solidariedade, que deverá ser sempre ativa e benéfica.

Nem sempre, porém, deve ser acionada a fonte da identificação solidária, em restrições ou cautelas. Saber o quadro verdadeiro dos episódios vividos é exigência para intervenções positivas.

Conceba-se o sentimento incondicional da piedade e compreensão, mas, jamais, confundam-se esses sentimentos fraternos com apoio irrestrito aos que militam no erro.

A solidariedade por si mesmo restringe-se ao bem e à verdade, ajuda a construção da justiça, recusando qualquer comprometimento nas criações do engano e desequilíbrio.

Para benefícios morais e evolução espiritual, no processo de intercâmbio dinâmico entre os irmãos de convivência, impõe-se a função de definir-se com equilíbrio a quem nos ligamos e como expressamos entendimento solidário.

Deus fez-nos livres e capazes de arbítrio. Compete-nos não negarmos ao chamado da razão e o exercício decidido do mandato existencial com Deus e para Deus.

FAZER O BEM

Não esperas, irmão, pelo futuro, nem por oportunidades excepcionais, para que concretizes o apelo de tua consciência de produzir o bem.

Saiba que este é o momento e toda ocasião é oportunidade divina de realizar a fraternidade.

Veja e medite - quantas situações oferecidas à tua expressão de amor e bondade...

O irmão que sofre; a criança em desamparo; o companheiro de dificuldades; a situação de calamidade; o conflito entre irmãos.

O doente em crise; a vítima do acidente; o companheiro em pânico; a manifestação do ódio; o apelo do vício.

O desespero do faminto; a nudez dos desamparados; a intolerância dos maus; o desengano do sonhador.

A cegueira do incrédulo; o lamento dos traídos; a dor da ingratidão; a dureza do desamor; o temor da morte.

Á todo momento, em toda parte, há um apelo de ajuda e amor.

Cabe a ti – que já concebes no íntimo o serviço fraterno – reconhecer que este é o instante providencial e o momento certo de fazer vibrar em realizações sublimes a tua força de amor.













 

CALMA

Quando tudo se agita em teu redor, não percas a serenidade e busca o refúgio da calma.

Tu sabes que na ânsia de fuga e ao sabor do desespero muitos irmãos sucumbem cada dia no abismo atroz da tragédia e da loucura.

Permaneças em calma sempre que a desventura te açoite e os desenganos te ameacem o roteiro de paz. Sintonizado em Jesus, no silêncio interior da própria alma, acharás a luz confortadora do Divino Pai.

Não te abales quando a injúria ferir-te forte e as ameaças do mal abaterem-se sobre tua vida... Ainda assim busques a calma, e lá encontrarás a fragrância da paz e o bálsamo curador da harmonia.

Se tudo agitar-se no mundo que te cerca, e gritos de revolta e desespero infelicitem a atmosfera, olha com serenidade e passa a caminho da calma. De lá, retemperado o ânimo e ampliadas as forças, poderás melhor dar a contribuição de equilíbrio ao mundo atormentado.

Jesus deu-te o caminho da redenção na asseguração de que nada hás de temer, porque filho do Grande e Dadivoso Pai, dele recebemos a divina paz.

Afasta, pois, toda inquietação, medo e desespero de tua alma. Busque a calma, na fé sólida em teu divino poder, e haverás de obter a vida rica e útil com que marcarás tua passagem no plano da matéria.

CONSTRUIR

A Humanidade é o poderoso instrumento de Deus na construção do mundo em que vivemos.

Sem descanso cabe a ela escrever as etapas de transformação do planeta – quer material como espiritualmente.

Ninguém deixa de ter um papel na equipe de trabalho do Criador, em que pese a inconsciência desse mister.

Obreiros despercebidos são os bilhões de seres que não se descobrem na faina diária de edificação do orbe.

Nem sempre é possível antever o resultado real de atos e pensamentos, ações e ideais, mas na dinâmica do mundo tudo é válido e importante.

Há os construtores materiais e os seareiros do Espírito, embora todos produzam, nas duas esferas de realizações, em proporções adequadas a seu próprio crédito.

A palavra de ordem, em níveis universais da criação, é construir qualquer que seja a posição em que nos encontremos, o momento vivido, a nossa consciência de ação.

Deus a todos dotou, justo para isto, da força interior que determina a capacidade inesgotável de ação.

Agir -- é impulso divino. Construir – a meta inexorável que, cada vez mais, nos leva para frente em busca da Luz.